O ilustre desconhecido que fez a diferença e a influência de Ramana Maharshi na sampradāya do Swami Dayananda
Este texto é ao mesmo tempo uma reflexão e uma forma de honrar alguém que me tocou profundamente, cuja bênção procurei, mas que nunca conheci porque morreu 11 anos antes de eu nascer. Ele é o ilustre desconhecido que fez a diferença para todos nós, discípulos de Swami Dayananda.
É conhecido que o Swami Dayananda teve três mestres, Swami Chinmayananda, Swami Pranavananda e Swami Tarananda. Aos longo dos anos de estudo presencial com o Swamiji e de todas as horas que o ouvi a ensinar através de gravações, sempre foi para mim de imenso interesse ouvi-lo falar sobre os seus mestres. E de todas as histórias, as que mais me tocavam eram invariavelmente as que contava sobre o Swami Pranavananda. Havia qualquer coisa de diferente nele. Ao contrário de Swami Chinmayananda sobre quem se pode ler e saber muito ou mesmo do Swami Tarananda de quem também ouvi histórias da minha mestra Gloria Arieira, sobre o Swami Pranavananda sempre era um vazio. Tinha morrido há muito e quase sem legado conhecido.
Uma vez, na livraria do Ashram em Rishikesh, vi pela primeira vez uma fotografia dele. Impactou-me profundamente. Realmente senti uma conexão profunda com este homem. Desde então, a fotografia dele está sempre aonde trabalho, numa moldura com Vyasa ao centro, Ramana Maharshi à esquerda e Swami Pranavananda à direita. Mal eu sabia quanto eles tinham em comum! É o lugar dos mestres dos meus mestres. Em cima tenho um quadro de Sri Shankara pintado por um conhecido pintor italiano, que me foi oferecido pela também minha mestra Ganga Mira.
Porque é que o Swami Pranavananda é tão importante?
O Swamiji contava que em determinada altura da vida dele sentia que faltava algo, havia para ele um defeito no vedānta. O vedānta era uma teoria que tinha de ser posta em prática através de uma experiência. Esse entendimento falhou em trazer-lhe a própria verdade de advaita vedānta. Numa circunstância, o Swamiji disse que tinha vontade de deitar todos os livros fora, mas que a própria educação tradicional dele não o permitiu.
No livro Swami Dayananda Saraswati, Teacher of Teachers, o Swamiji diz:
“O ensinamento prevalente era que o vedānta era uma teoria e que nós tínhamos de praticar certas coisas para ganhar a experiência do ātmā. Mas isto levantava várias dúvidas em mim. Se é uma teoria, pode ser contestada. Se é uma experiência pode ser interpretada de forma diferente. Também para experimentar o ātmā, tem de haver uma experiência sujeito-objecto. Se o ātmā é o objecto experimentado, então quem é o experimentador? É ele anātma? Como ia eu resolver tudo isto?”
“Este foi um ponto crucial na minha vida. Devia eu continuar a estudar vedānta ou não? Eu passei noites sem dormir.”
Foi aqui que apareceu o Swami Pranavananda. Ainda no mesmo livro, o Swamiji diz:
“Eu ainda estava à procura de uma resposta. Nessa altura eu ouvi, em algum lado, uma palestra em Telegu pelo Swami Pranavanandaji. Imediatamente, impressionou-me que este homem sabia alguma coisa. Eu pensei, eu tenho de ir e ficar com ele e tentar entender o que ele tem a dizer, mesmo que eu não fosse fluente em Telugu.”
Assim, o Swamiji foi aprender com o Swami Pranavavanda. O Swamiji contava que quando foi a primeira vez estudar com o Swami Pranavananda para Gudivada, este, procurando honrá-lo, convidou-o para dar uma palestra aos seus alunos. O Swamiji pensou então ir pelo seguro (no seu entendimento ao tempo) e decidiu dar uma palestra sobre os quatro tipos de yoga, karma, bhakti, rāja e jñāna yoga para diferentes tipos de personalidade. O rosto do Swami Pranavananda foi-se fechando cada vez mais, até que ele mandou o Swamiji parar e sentar-se para ouvir! Imagine-se o que terá sido para o Swamiji! Mas a honestidade intelectual do Swamiji, a vontade de aprender e o desejo por mokṣa eram maiores do que qualquer sentido de afronta.
Foi nesta altura que o Swamiji ouviu que advaita vedānta não era uma teoria, mas um pramāṇam, um meio de conhecimento, para si mesmo, como os olhos são para as cores e formas. Nas palavras do Swamiji, ele perguntou a Swami Pranavananda: “Vedānta é como os meus olhos para as cores? Sim é. Não pode ser negado por outro meio de conhecimento? Não.” Ele disse-nos, então, “para mim não houve mais volta atrás.” (“for me there was no more looking back”). Nunca mais esqueci esta frase do Swamiji, a força que a sua voz carregava e o impacto que deixou em mim.
O Swamiji contava que o Swami Pranavananda só ensinava Pancadaśī. Ele começava um capítulo, mas nunca acabava. A partir de um momento no texto, ele descolava do próprio texto (“He would take off”) e ensinava livre. O Swami Pranavananda manuseava o vedānta como um pramāṇam e era isso que faltava ao Swamiji. Nas suas palavras:
“Depois eu tive de voltar a olhar para todo o vedānta de novo. Agora, eu tinha a chave.
…
Ninguém me ensinou Upanishad Bhāṣyam ou Gītā Bhāṣyam. Pela graça de Īśvara, eu fui capaz de entender quando as estudei. Mais tarde, eu ensinei aos meus alunos, mas ninguém me ensinou. Depois, eu estudei o Brahmasūtra bhāṣyam com o Swami Taranandagiriji e ajudou-me a ter maior clareza. A visão tornou-se clara.”
No Blog da Swamini Tattvavidyananda, a minha professora de canto, encontrei publicado o tributo que o Swami Dayananda fez ao seu mestre aquando da sua morte em Maio de 1969. Esse tributo foi publicado na edição de Junho de 1969 da revista Tyagi, que o Swamiji editava. Traduzo esse tributo:
“Sua Santidade Swami Pranavananda de Gudivada atingiu Mahāsamadhi a 15 de Maio de 1969. Por insistência de Sri Swamiji, eu vivi com Sri Swami Pranavananda no seu ashram por alguns meses em 1961-62, e dali em diante eu estava em contacto com ele.
Em ensinar ātmā vidyā, existe uma tradição no nosso país. Se ela não é conhecida por um professor, ele nunca conseguirá transmitir o conhecimento da śruti a um buscador. Assim como os olhos são um pramāṇa para todas as percepções de formas, a śruti através de um professor vivo, torna-se um pramāṇa para o auto-conhecimento. E, portanto, o método de ensino é importante. Se não existe método tradicional ao ensinar esta vidyā, não existe necessidade de um guru; alguém pode ler os livros com algumas qualificações preliminares gerais para ler e entender.
Muito poucos conhecem a importância deste método, menos ainda o método. Por causa desta omissão, a vidyā inteira prova-se sem sentido na medida em que se torna objetiva. O professor através do método tradicional de ensino da śruti põe o aluno na experiência actual, à medida que o professor ensina, de uma forma peculiar que é tradicional, a natureza de si mesmo, o eu.
O Swami Pranavananda era um destes mestres professores. O seu manuseio habilidoso das escrituras molda paradoxos usados para, assim como os koans do mestre Zen, desenredar o raciocínio do estudante dos seus conceitos relativos e assim trazer o reconhecimento súbito ou satori.
Eu descobri nas suas aulas este aspecto principal do nosso ensino tradicional. Quando o encontrei, há uns meses atrás, ele estava deitado na cama, mas ele era claro no seu pensamento e alegre como de costume. Ele sabia que não havia cura para a doença da qual sofria. Quando me despedia dele, depois de uma estadia de dois dias no ashram, pedi-lhe que me desse uma mensagem para os buscadores. Ele ditou imediatamente em Telegu para um dos residentes no ashram, algumas linhas, de facto, a essência das nossas escrituras. Eu traduzo o mesmo, aqui abaixo:
´A doença que acometeu este corpo é demasiado séria para qualquer cura, ela desparecerá apenas a expensas do corpo. Portanto, os remédios ou médicos não devem ser culpados se falharem em resultar. Devido a esta incapacidade, a minha mente não é de modo nenhum afligida. Eu considero que tudo é pelo melhor.
Liberdade é a natureza de si mesmo, o “eu”, e o si mesmo é idêntico a Brahman, que é não dual. Portanto, o si mesmo, como Brahman, é livre de todo o modo de dualidade, como sajātīya, vijātīya e svagata.
No último verso da Bhagavadgītā é dito que brahmī sthiti é o destino desta vida e por isso a morte não pode viajar com o prāṇa.
Karma e upāsana são seguidos pelas pessoas, apenas pela sua identificação com o corpo, dehātmā buddhi. O corpo que não é o si mesmo, o “eu”, é tomado pelo si mesmo e é por causa desta razão que existe a busca de karma e upāsana. Portanto, esta busca não pode ser tomada como mokṣa.
Supõe que uma pessoa, de nome Rama, está a dormir. Se ele é chamado por alguém “Rama”, ele acorda. De forma semelhante, com as palavras profundas da śruti, se o mestre revela ao aluno a identidade de si mesmo com o absoluto, o aluno acorda para descobrir a sua identidade com Brahman.
Assim, mokṣa é apenas através do ensinamento do mestre e da śruti. É isso que é indicado por Shankara no seu famoso verso: brahma satyam, jagan mithyā jivo brahmaiva nāparaḥ. Brahman, o absoluto é real, o mundo é aparente; o jīva, o conhecedor, não é diferente de Brahman, o absoluto. Isto e isto apenas é a mensagem de Adi Shankara. Todos os outros seguem este ensinamento. Por isso, eles não têm conteúdo original.
Tu és aquele é a afirmação profunda da verdade revelada a Svetaketu como encontramos no Sāma Veda. A mahāvākya tat tvam asi conhecida como upadeśa vākya é a principal entre todas as outras na śruti. Todas as outras são apenas centradas nesta.
Karma e upāsana são executados retendo o ahamkāra. Este usufruir dos resultados da acção só existe quando o “eu” é tomado pelo ego. E a libertação assim como também o aprisionamento, embora pertençam ao ego, aparecem como se pertencessem ao “eu”.
Esta falta de discernimento que é algo natural ao intelecto que é extroverso, não vai embora facilmente a não ser que alguém ouça, por um bom período de tempo de um mestre, as escrituras, reflicta e contemple naquilo que ouviu.
Por isso, viver com o mestre, gurukulavāsa, é imperativo. É apenas por isto que o sannyāsāśrama está em voga. Está é a essência de todos os śāstras. Mantem isto sempre no teu coração. A noção que o mundo é real tem de ser dissipada. Esta é a prática, contemplação. `
O Swami ditou tudo isto com a sua usual clareza de expressão. Era evidente para ele que não existe morte para um sādhu, nem eu sinto que ele tenha morrido alguma vez.”
A primeira vez que li este texto emocionei-me como tantas outras vezes depois que voltei a ler. Afinal, devemos tanto a este mestre que ficou praticamente desconhecido. A imediatez que muitos atribuem apenas aos satsaṅgas de advaita vedānta, não é deles. Ela não é pertença de uma forma de ensinar sem recurso ao śāstra. Ela é da própria tradição, ela é presente no Bhāṣyam de Sri Shankara! Infelizmente, como o Swamiji descobriu estava perdida, na dita tradição. A tradição de ensino não se encontra numa organização estruturada de forma tradicional ou não. Ela encontra-se no manuseio das palavras.
Qual seria a história deste mestre Swami Pranavananda? E com quem teria ele aprendido?
O próprio Swamiji perguntou-lhe:
“Eu perguntei ao Swami Pranavanandaji quem o tinha ensinado. Ele disse:´Eu não estudei formalmente. Mas houve um Avadhuta mahatma. No decorrer do satsaṅga com ele, ele ensinou-me o que eu sei.`
Quem seria o Avadhuta mahatma?
Por anos, ocasionalmente, tirava um tempo para tentar saber mais sobre este
mestre, até que um dia em Janeiro de 2023 descobri o nosso Swami Pranavananda nos arquivos do Ashram de Ramana Maharshi. Segundo os arquivos do Ashram:
“Swami Pranavananda foi um dos primeiros devotos a ir ter com Bhagavan [Ramana Maharshi]. Ele visitou Bhagavan em 1910, na caverna de Virupaksha. A sua integridade e forte aspiração espiritual ganharam-lhe um lugar invejável entre os devotos de Bhagavan. Ele foi um dos primeiros companheiros íntimos de Bhagavan. O seu amor por Bhagavan era tão grande que ele entregou-se incondicionalmente aos pés de Bhagavan, …
Pranavananda considerava Bhagavan a própria personificação dos Vedas e das Upaniṣads e tinha um grande amor e reverência por ele. Bhagavan também tinha um especial cuidado e consideração por Pranavananda.”
Encontramos naqueles arquivos um relato da vida de Swami Pranavananda e da sua associação com Ramana Maharshi. Ficamos a saber como o Swami Pranavananda esteve envolvido na publicação de livros de Ramana Maharshi e como ele próprio traduziu para Telegu livros de Ramana como Who am I?, Vicharasangraham, Vivekacūḍāmaṇi e Devikalottaram. Ficamos também a saber que ele escreveu livros originais como Rama Maharshi Charitramu, Advaitabhoda Dipika, Tatvamali Dhyanamu, Sri Guru-Anugraha-avataramu, Dipamu Choodandi e Sri Ramana Stutipaatalu.
Descobri ali que o Swami Pranavananda tinha em grande estima o Rāma tāraka mantra, e que o ensinava aos seus alunos para que os seus corações e mente adquirissem clareza e brilho. Ele tinha também o hábito de ensinar o Rāmāyaṇa aos seus alunos para que eles aprendessem a apreciar e admirar o épico.
Diz-se ali, que no fim da vida, o Swami Pranavavanda pediu que alguém próximo cantasse com ele Rudram. No final da recitação, fechou os olhos, disse Hari Om, e assim terminou a sua vida.
Do que consta dos arquivos a influência de Ramana Maharshi sobre Swami Pranavananda foi enorme! Parece claro que ele era o Avadhuta mahatma que o Swami Pranavananda mencionou ao Swamiji. Afinal haveriam dois Swami Pranavananda com um ashram em Gudivada que morreram no mesmo mês de Maio do ano de 1969!?
Não sabemos se o Swamiji sabia que o Avadhuta Mahatama era Ramana Maharshi. Talvez soubesse e por isso tenha querido honrar o mestre do seu mestre ensinando os textos de Ramana. Afinal foi o Swamiji que ajudou a popularizar o Upadeśa Sāram e Saddarśanam de Ramana. Por outro lado, talvez não soubesse, porque nunca o ouvimos falar disso. Não tenho como dizer se sabia ou não.
A relação do Swami Pranavananda com Ramana Maharshi era, quando a descobri, desconhecida da Professora Gloria Arieira e do Swami Paramarthananda com quem falei sobre o assunto.
Por outro lado, não sabemos também quanto o próprio Swami Pranavananda ou outros terão influenciado Ramana. Numa das biografias oficiais do ashram de Ramana, Sri Ramana Leela, encontramos a seguinte passagem:
“Aqueles interessados na espiritualidade e yoga acercavam-se do Swami [Ramana Maharshi] com as suas dúvidas. Era natural para o Swami misericordioso responder-lhes. No entanto, para ensiná-los de uma forma que fosse inteligível para eles, foi necessário para o Swami tomar contacto com a terminologia aceite, conforme estabelecida pelos textos tradicionais. Era também necessário explicar os assuntos de uma forma que habilitasse os ouvintes a entender e praticar. Para este propósito tornou-se necessário olhar para os śāstras, não para ele mesmo, mas para benefício de outros. Apesar de estabelecido “naquele de onde a mente e as palavras voltam”, de forma a explicar sobre isso, o uso de palavras era inevitável. Também por este motivo o Swami teve de consultar as escrituras.”
É interessante ver que Ramana fez uso do próprio śāstra para poder comunicar. Essa comunicação adequada de que tanto falava o Swamiji é o pramāṇatvam do śāstra. Essa imediatez que o Swamiji reconheceu no Swami Pranavananda é a mesma que eu vejo nos meus mestres. É a mesma que vejo no Swamiji, na Glória e na Ganga Mira. A esse pramāṇatvam das suas palavras, que são o eterno diálogo de ensinamento de mestre e discípulo das upaniṣāds, eu rendi-me e rendo-me, de novo e de novo.
Olhando o próprio percurso do Swamiji cai por terra a divisão do ortodoxo/tradicional versus não ortodoxo/tradicional. A questão sempre foi e será em lidar com advaita vedānta não como uma teoria, não como uma experiência, mas como removendo a confusão sempre agora, nunca numa promessa futura, revelando o que sempre somos, agora. Como dizia o Swamiji, a beleza de vedānta é que se consegue negar a si mesmo. Quando o buscador é negado, quem permanece para ganhar mokṣa!?
No final, o que sabemos, conforme o próprio Swamiji disse, é que depois do período de dúvidas que teve, da descoberta do pramāṇatvam no śāstra, o Swamiji voltou a olhar para o śāstra, estudou upaniṣad bhāṣyam e foi estudar sūtrabhāṣyam como o Swami Tarananda. O vínculo a Śrī Shankara era o âmago do ensinamento do Swamiji. O que o Swamiji valorizava era a visão de Śrī Shankara sobre o sāstra e não um comentário ou ṭīkā, só porque estava em sânscrito. Essa visão estava presente em palestras e aulas, tanto como quando ensinava o próprio bhāṣyam. Dessa maneira, na forma de ensinar, o Swamiji ter-se-á aproximado mais do seu último mestre, o Swami Tarananda. Ele manteve sempre isso até ao fim da sua vida, o manuseio do śāstra como pramāṇam.
Lembro muitas vezes desta composição de Sadāśiva Brahmendra, chamada sarvam brahmamayam:
सर्वं ब्रह्ममयं रे रे
sarvam brahmamayam re re
Tudo é nada mais que Brahman,
किं वचनीयं किमवचानीयं किं रचनीयं किमरचनीयम्
kim vacanīyam kim avacanīyam kim racanīyam kim aracanīyam
O que deve ser falado, o que não deve ser falado, o que deve ser composto, o que não deve ser composto,
किं पठनीयं किमपठनीयं किं भजनीयं किमभजनीयम्
kim paṭhanīyam kim apaṭhanīyam kim bhajanīyam kim abhajanīyam
O que deve ser estudado, o que não deve ser estudado, o que deve ser reverenciado, o que não deve ser reverenciado
किं बोद्धव्यं किमबोद्धव्यं किं भोक्तव्यं किमभोक्तव्यम्
kim boddhavyam kim aboddhavyam kim bhoktavyam kim abhoktavyam
O que deve ser conhecido, o que não deve ser conhecido, o que deve ser experimentado, o que não deve ser experimentado,
सर्वत्र सदा हंस ध्यानं कर्तव्यं भो मुक्ति निदानम्
sarvatra sadā hamsa dhyānam kartavyam bho mukti nidānam
Em todo o lado, sempre, a contemplação da natureza de si mesmo deve ser levada a cabo. Essa é a causa e aí reside a liberdade.
Sadāśiva Brahmendra mostra-nos nesta composição o quão desnecessário e insignificante é entrar em discussões, esgrimir em argumentos, e como esse tempo deve ser dedicado à apreciação de que tudo é um ātmā īśvara brahma.
Sou grato a todos os mestres que passaram adiante a tradição de ensino, o uso da palavra, do silêncio e do olhar. Sou grato ao Swami Pranavananda que é uma inspiração sempre presente em mim. Sou grato ao Swamiji por não ter desistido da sua busca pela verdade. Sou grato aos meus mestres Swami Dayananda, Gloria Arieira e Ganga Mira pelo que me mostraram e por me permitirem o maior feito que poderia alcançar: o de ser seu discípulo.
O meu namaskāram,
Miguel Homem