Por estes dias andámos a ler um livro sobre a vida de S.K. Pattabhi Jois, chamado Guruji, a portrait of Sri K. Pattabhi Jois trough the eyes of His students. O livro como diz a epigrafe é um retrato daquele professor de Yoga pelos olhos dos seus discípulos.Chegámos ao livro pela mão do Tomas Zorzo. O depoimento do Tomas também consta do livro e ele disse-nos que o livro era muito bom e revelador. Justiça seja feita às palavras do Tomás. Adorámos!
Algumas ideias saltam à vista do leitor que percorre aquelas páginas.
Talvez a mais marcante seja a que embora existam alguns denominadores comuns na visão que cada um destes antigos discípulos de ashtanga vinyasa tem, a visão e propósito deste tipo de yoga para cada um não é unânime. A experiência e percepção que cada aluno teve com Pattabhi Jois é em alguns casos muito distinta. Uma explicação possível parece ser, como alguns apontam nos seus depoimentos, a limitação daquele professor em expressar-se em Inglês conjugada com interacção com diferentes pessoas.
O primeiro facto que me despertou a atenção a ler o livro foi descobrir que Pattabhi Jois era um Smarta Brahmane versado no estudo dos textos da tradição de ensino e que portanto fazia parte da mesma tradição que faço parte.
Ora, se há coisa que um Smarta tem claro é qual é a visão do mundo, de si mesmo, do Yoga e do conhecimento (jñanam). Noutras tradições talvez não haja o mesmo rigor, mas um smarta não foge à lógica e raciocínio claro do ensinamento. Conclui por isso que não podia haver diferença na visão que me foi passada pelo meu mestre, Swami Dayananda, e a que estaria por trás do que ensinou Pattabhi Jois.
A esse propósito lembrei-me logo da famosa frase: “Do your practice and all is coming”. Uma verdade absoluta, se soubermos o que é esse all que is coming. E isso para qualquer smarta é certo que não é moksha, a libertação, mas a preparação para o ensinamento, chitta shuddhi.
O depoimento de alguns discípulos antigos revela claramente esse entendimento. Outros infelizmente não.Certo, é que a acabar o livro, este fim de semana, me deparo com esta pérola no depoimento de Nick Evans, a páginas 423:
“On one occasion, at the opening of na orphanage in Mysore, Guruji was the guest of honor and Swami Dayananda Saraswati, one of Shankaracharya’s Swamis – who I know Guruju’s family loves and respects very much – translated Guruji’s speech from Kannada into English. He said that the essence of Vedanta without yoga is useless, yoga without Vedanta is useless. They are mutually interrelated…
The two of them sat there beaming: this philosopher-teacher honoring Guruji’s perspective andview, Guruji completely honoring and loving Dayananda’s view, and the two being completely at one with one another with no contradiction whatsoever. It was wonderful, and I videoed it with my little camera and put it on my MySpace site, so it’s there.”
É este video que vos deixamos. O texto não se apresenta traduzido exactamente não dar azo a qualquer alteração do significado original
Mais à frente no seu testemunho, à pergunta qual é o objectivo último do Yoga segundo o Guruji (pag. 426), Nick Evans responde:
“According to Guruji, union. On many different levels there are many diferent purposes of yoga. I think you have to go to the highest one, wich is to know God, because it encompasses all others. Actually, I come back to the lecture that Dayananda and Guruji gave, where Dayananda was translating Guruji. Dayananda [translating Guruji] said, «We don’t know who we are and we must understand; this is why we are here. It’s not an option, we have to know.»”