by casa-ganapati | Sep 11, 2024 | Destaque, Events
“Para curar as doenças do corpo, usa o corpo. Para curar uma mente errante, pratica prāṇāyāma.”
Krishnamacharya
O Tomas pratica Yoga há mais de 40 anos. Ao longo desse percurso, a forma como pratica, a sua experiência e o estudo com os seus mestres, fizeram-lhe claro que a prática visa uma paz interior e a partir dela criar as condições para que o crescimento espiritual aconteça e a pessoa possa conhecer-se. Sem essa quietude interior nada pode ser feito, não existe avanço, e não só não pode haver o entendimento da própria prática, como também da própria existência.
PROGRAMA:
Sexta, 1 (feriado)
9.00h – Prática de aṣṭāṅga (mysore), prāṇāyāma e meditação
12.00h – Almoço
16.00h – Yoganidrā
16.30h – O pranayama e o sistema nervoso
18h – Namaste!
Sábado, 2
9.00h – Prática de aṣṭāṅga (mysore), prāṇāyāma e meditação
12.00h – Almoço
16.00h – Yoganidrā
16.30h – Prática para preparar o prāṇāyāma
18h – Namaste!
Domingo, 3
9.00h – Prática de aṣṭāṅga (mysore), prāṇāyāma e meditação
12.00h – Sat saṅga, à conversa com o Tomás, perguntas e resposta.
13.00h – Namaste!
Sobre a prática:
Tomás abordará a prática de āsana segundo a visão do Aṣṭāṅga Vinyāsa Yoga, sem esquecer o seu percurso, passado e recente, dentro do Yoga, nomeadamente o Yoga Integral. O Aṣṭāṅga Vinyāsa Yoga é um sistema de Yoga tradicional, baseado no ensinamento de Shri K. Pattabhi Jois que se caracteriza por uma execução dinâmica dos asanas e pela coordenação dos movimentos com a respiração (vinyāsa) e com o olhar (dṛṣṭi). Tem como objectivo purificar o corpo e a mente.
O Aṣṭāṅga Vinyāsa, visa libertar a mente do stress diário, combinando o movimento com a respiração consciente; relaxar, tonificar e corrigir os desequilíbrios do corpo através da execução correcta das posições; propiciar a reintegração do ser humano pela via dos āsanas, respiração e relaxamento.
Durante as sessões de āsana e prāṇāyāma (técnicas de respiração) dar-se-à especial atenção ao corpo e à respiração. Quando a atenção, o corpo e a respiração “viajam” juntos é melhorada a condição de cada um destes aspectos. Como cada um de nós é diferente, o ponto de partida da prática de cada um será também diferente, ainda que os objectivos sejam os mesmos.
Sobre o Tomas:
Tomas (Rama) dedicou-se ao ensino e à transmissão do Yoga há mais de 40 anos. Estudou com professores de renome mundial como Pattabhi Jois, Iyengar, Desikachar, A.G. Mohan, Swami Visnhudevananda, Ambu (Aurobindo Ashram).
Formado em psicologia humanista e em diferentes terapias corporais, como bio-energética, massagem e respiração, Tomas é um dos poucos Professores ocidentais certificado por Pattabhi Jois, tendo completado a terceira série de AṣṭāṅgaVinyāsa Yoga.
Mais sobre o Tomas: https://yogashtanga.com/tomas-zorzo
Valor e Inscrição:
Valor: 190€ | Early bird para inscrições até 01/10: 170€.
- A inscrição será feita por email e obrigatoriamente confirmada com o pagamento, após terem sido facultados os respectivos dados.
- As vagas são limitadas, portanto inscreva-se com antecedência.
- Inscrições a partir do dia 20 de Outubro sofrerão um agravamento de 20€
Inscrições: ana@casaganapati.com | 919022478
by casa-ganapati | Jul 9, 2019 | Events
ENCONTROS CONSIGO MESMO
3ª FEIRA | 21H30
A meditação faz-nos parar, ficar quietos, observar-nos, cada um no seu próprio colo, consigo mesmo, descobrir um quietude e um relaxamento interno, uma objectividade e uma ausência do sentido de alienação. Eventualmente isso fará surgir a pergunta: “quem sou eu?”
As sessões de meditação semanais serão meditações dentro da tradição védica, com uma duração variável entre 20 a 30m.
Primeiro, iremos criar uma rotina de meditação passo a passo e com o tempo alternaremos entre meditações totalmente guiadas e meditações silenciosas, entre meditações de relaxamento e com mantra (parāyaṇa e japa), entre meditações em īśvara e de contemplação.
Estas sessões são gratuitas e abertas a todos, com ou sem experiência de meditação. Pede-se, apenas, pontualidade rigorosa, respeito pelo lugar e pelo silêncio.
LOCAL: CASA GAṆAPATI – rua Marechal Saldanha, 721
NOTA: Estas sessões ocorrerão todas as terças-feiras de cada mês, excepto em dias feriados ou em caso de impossibilidade do Miguel – neste caso será feito um aviso na página do Facebook/instagram.
by casa-ganapati | Jul 26, 2018 | Blog
Guru significa aquele que dissipa a escuridão, no sentido daquele que ilumina através do conhecimento, ou seja, muito simplesmente – o professor. No Ocidente criam-se muitas fantasias em torno desta palavra. Imagina-se que o Guru é um mestre exótico que reune uma espécie de seita ao seu redor e que conduz as pessoas a seguidismos cegos e silenciosos. Infelizmente se esta é a visão geral é porque terá sido despoletada por algumas situações deste tipo que admito existirem. No entanto, não é bom generalizar e se passarmos a entender o guru como um professor, alguém que partilha o conhecimento, como quem ensina a escrever ou a fazer contas, percebemos que ter um guru não é fazer parte de uma seita estranha mas é tão normal quanto ter um professor de matemática.
Este é o meu guru, Swami Dayananda Saraswati. É com ele que estudo em Rishikesh, no norte da Índia. Swami Dayananda é um Professor tradicional de Vedanta (Jñana Yoga) na linhagem de Adi Shankarachárya. O seu conhecimento profundo da cultura ocidental e a compreensão dos problemas actuais, fazem dele um Professor único que tem a habilidade para fazer com que cada um perceba a sua verdadeira natureza.
Para além de ensinar, Swami Dayananda deu inicio e contribui para vários projectos de ajuda humanitária ao longo dos últimos 45 anos. Destes, aquele que mais cresceu foi iniciado em 2000, o All India Movement for Seva www.aimforseva.org reconhecido pelas Nações Unidas com o estatuto consultivo, dedica-se a servir a população das áreas remotas da Índia, sobretudo na área da educação e da saúde.
by casa-ganapati | Dec 14, 2017 | Blog
Estou cansada desta feira de vaidades em que o yoga se transformou, estarei obviamente a generalizar, felizmente ainda há quem tenha as ideias no lugar mas de facto a banalização e deturpação estão a ganhar terreno e isso mexe comigo!
Este é um daqueles textos que pode gerar polémica, ou então, somos tão tradicionais na forma como abordamos o yoga cá em casa que já nem sequer ninguém nos lê, seja como for, estou pronta para as críticas. Já sei que tudo vai começar por “ah e tal não se deve julgar os demais, isso não é Yoga…”, certo. Aprender a evitar o julgamento fácil, olhar mais para dentro do que para fora, é uma das qualidades que se vai desenvolvendo com uma vida de yoga, mas isso não faz de nós seres passivos e resignados que perdem o juízo crítico. Eu não perdi o meu e não tenciono fazê-lo, porque ter uma opinião e ter clara uma forma de estar na vida também é fundamental para orientarmos as nossas prioridades, no sentido de cultivarmos uma vida de yoga. E isto já pressupõe que percebemos que o yoga não acaba no tapete de prática mas é efectivamente uma forma de viver.
Casos extremos como o do yoga a beber cerveja, yoga com cabras, yoga com armas nem chego a considerar, são demasiado estapafúrdios para terem vida longa e não exigem demasiado discernimento para que se perceba a sua falta de tudo. Agora ginástica olímpica disfarçada de yoga, desafios de ostentação do ego disfarçados de yoga, desfiles de roupa desportiva disfarçados de yoga, psicologia barata disfarçada de yoga, tiram-me do sério, pronto disse!
O Yoga é um meio para o auto-conhecimento, desse caminho fazem parte o auto-estudo, a meditação, o cumprimento de um conjunto de valores e normas éticas e também a prática de ásana, tudo o mais é folclore! Isto de nos tornarmos pessoas melhores não vai lá com falinhas mansas, com cházinho de ervas, nem com 30 mil likes no instagram, mas exige esforço, dedicação e acima de tudo compromisso. Isto também não faz do yogi um chato que não pensa em mais nada, mas alguém muito consciente da sua prioridade e portanto que tem a capacidade, ou pelo menos, esforça-se seriamente por isso, para alinhar pensamento, palavra e acção e viver de forma dhármica. Isto não quer dizer viver alienado do seu tempo, se hoje as redes sociais, por exemplo, estão ao nosso serviço há que aproveitar as suas inegáveis vantagens enquanto meios de divulgação e comunicação, mas o conteúdo que nelas colocamos esse é da nossa maior responsabilidade filtrar!
Ora viver de forma dhármica pressupõe ainda que eu não passo por cima dos outros. Quando começámos a ensinar ainda havia esse respeito e uma certa inocência genuína no meio do yoga. Os professores de yoga conheciam-se, respeitavam-se, incentivavam-se e ajudavam-se uns aos outros, a maioria trabalhava por gosto e não por obrigação, sendo que tantos acumulavam o yoga com outra profissão. Entretanto o yoga cresceu, e ainda bem que assim foi, e hoje em dia em Portugal chega a muita muita gente o que também é muito bom, mas a que preço? A concorrência aguça o mercado e é lícito que cada um queira viver bem e ser justamente remunerado pelo seu trabalho (sim professor de yoga não vive de prana, paga as contas como os outros) mas atropelos, desrespeito, e deturpação de uma cultura milenar em nome da massificação, não vale!
Dito isto cabe a cada praticante fazer uso do seu discernimento na hora de escolher as mãos a quem se entrega e cabe a cada professor honrar a tradição de ensino a que pertence e quanto ao resto “namah”, é entregar à ordem de Ísvara (mas às vezes custa!)!